terça-feira, 19 de maio de 2009
Situação da cheia em 19/05/2009
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Cheia em Óbidos - Parte II
As fortes chuvas deste primeiro semestre de 2009, em especial no início do ano provocaram uma subida répida do Rio Solimões (Figura 1). Após o evento de janeiro, sentido fortemente em Tabatinga, a propagação da onda de cheia e também a ação da Zona de Convergência Intertropical, aparentemente estacionada sobre o N até o NE do Brasil (Figura 2), que vem mantendo as chuvas na região, têm intensificado o evento. Em Óbidos o nível hoje atingiu 8,52 m. Quase 50 cm a mais que o nível da maior cheia registrada nos últimos anos!
Figura 1. Cotagrama de Tabatinga até 13/05/2009, visto em relação à máxima, média e mínima históricas diária. Fonte: http://remethi.org.
Figura 2. Imagem CPTEC/INPE de 13/05/2009.
Na seqüência algumas fotos mostrando o caráter regional da cheia deste ano de 2009. Fotografamos desde a fronteira oeste (Tabatinga-AM), finalizando por mostrar a situação mais a leste, em Óbidos-PA, quando da medição de vazão que fizemos recentemente.
terça-feira, 5 de maio de 2009
A cheia em Óbidos 2009 - Parte I
A vazão!
Medimos a vazão do Rio Amazonas em Óbidos, ontem, a partir das 9h30 até às 18h30. Fizemos 20 medições no total com um equipamento Doppler 600kHz (ADCP). Por precaução montamos uma plataforma de medida nivelada e firme para fixar o adaptador com o aparelho. Calibramos a bússola do equipamento, preparamos o GPS acoplamos ao PC, bem como também o ADCP. A calibração da bússola do ADCP, bem como a verificação da declividade magnética, foi refeita durante o dia em mais 2 períodos. A orientação e o deslocamento da embarcação teve seu monitoramento realizado com outro GPS acoplado a um PC obtendo dados de navegação independente do ADCP de forma a que um sistema pudesse controlar o outro. Assim, como resultado obtivemos um valor médio de 238.655 m³/s, com uma variação para mais ou para menos de até 3%. Esse foi o resultado da vazão medida para a maior cheia já registrada em Óbidos. Certamente esperávamos mais diante do que dizem os autores que já escreveram a respeito deste fenômeno no Rio Amazonas. No entanto, eis o que a natureza nos reservou....Os dados ainda estão sendo revisados, mas é pouco provável que o valor seja alterado significativamente.
Mandaremos fotos quando a conexão internet permitir....
domingo, 3 de maio de 2009
Equipe chega a Óbidos (03-5-2009 às 12h30)
Naziano Filizola (UEA-Manaus)
Pascal Fraizy (IRD-Peru)
Valdemar Guimarães (ANA-Brasília)
Roseilson do Vale (Aluno MSc. UEA & INPA-Manaus)
Helena Mourão (Aluna Esp. UEA-Manaus)
Mateo Ballester (Aluno Grad. Meteorologia UEA-Manaus)
Larissa Passos (Aluna Grad. Meteorologia UEA-Manaus)
Miryam Filho (Aluna Grad. Meteorologia UEA-Manaus)
Ana Cris de Oliveira (Aluna Grad. Meteorologia UEA-Manaus)
Raimundo Rocha (Aluno Grad. Meteorologia UEA-Manaus)
Localidade de Costa da Conceição - Rio Amazonas, a montante da Foz do Rio Madeira em 02/05/2009. Foto de Naziano Filizola.
Vista da frente de Itacoatiara em 02/05/2009. Foto: Valdemar Guimarães.
Vista da frente da Capitania dos Portos em Santarém-PA (20/04/2009). Foto: Roseilson do Vale.
Frente da vila de Alter do Chão - PA (Rio Tapajós) tomada pelas águas. Foto: Roseilson do Vale em 20-05-2009.
sábado, 2 de maio de 2009
Equipe UEA, IRD e ANA rumo a Óbidos na busca de medir vazão recorde
Por que Óbidos?
Óbidos é uma estação hidrométrica chave no contexto da hidrologia da bacia Amazônica. Controla mais de 80% da água que escoa através dos rios da bacia rumo ao Oceano Atlântico. Nesta estação existem registros de variação do nível d'água desde 1902, semelhante a Manaus. No entanto, a régua linimétrica caiu em 1953 durante a grande cheia regional, somente sendo re-instalada em 1966 pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos, mais a jusante do ponto original.
Desde 1968 o serviço de portos e hidrovias do Brasil vem mantendo as observações tanto no ponto definido pelo USGS, quanto por uma nova estação desta vez colocada no novo porto da cidade,ambos gerenciados, hoje, pela ANA. Outra estação, automática e com transmissão via satélite, também da ANA, foi instalada nos anos 90 alguns quilômetros acima da cidade. Assim é que esta estação tem grande importância por ser a última no Rio Amazonas sem influência da maré e onde se pode registrar as maiores vazões líquidas do mundo. Em Óbidos a vazão média anual é de aproximadamente 170 mil m³/s, sendo a total do Amazonas na foz, calculada em 210 mil m³/s.
Na descida para Óbidos a equipe UEA-IRD-ANA vem registrando alguns dos efeitos da cheia deste ano que dentro do possível e da disponibilidade de acesso à Internet serão disponibilizadas neste Blog. A foto ao lado, tirada por Valdemar Guimarães (ANA) mostra a situação no porto de Manaus no dia da partida.
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Chuvas na Amazônia de Dez, 2008 a Mar,2009
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Dados do Rio Madeira em Borba no site http://remethi.org
Cheia recorde do Rio Marañon no Peru
O Rio Solimões em Tabatinga parece estar retomando uma tendência de subida (ver nível dos rios em http://remethi.org). Se assim se confirmar poderemos ter uma ampliação do tempo de duração da cheia em Manaus.
sábado, 25 de abril de 2009
Nível do Rio Tapajós em Santarém também acima do nível de maio de 2006
Foto 1. Fotografia enviada por Francis em 24/04/2009, mostra a amurada que serve de ancoradouro para os barcos e de defesa da cidade em caso de cheias. Pelo que se percebe aquela estrutura está funcionando agora como um caminho entre as águas do Rio Tapajós, que de um lado têm os barcos no nível da rua inundada, do outro lado "passarela". Foto de F. SONDAG.
Em Óbidos a situação permanece no nível de 814cm. O nível do Rio Amazonas tem sido tomado em diferentes intervalos de tempo durante o dia para que se possa ter uma perspectiva da situação em maior detalhe (Foto 2).
Foto 2. Fotografia do observador da estação da ANA enviando dados no dia 24/04/2009, através da Plataforma de Coleta de Dados (PCD) instalada no porto de Óbidos. Atentar para o nível da água praticamente na soleira da porta do banheiro do porto. Foto de F. SONDAG.
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Cheia em Óbidos-PA ultrapassa nível recorde
Foto 1. Observador da estação de Óbidos indica o topo da régua linimétrica da ANA - Ag. Nacional de Águas (que mede a variação do nível d'água), praticamente submersa. Foto. F. SONDAG, hoje pela manhã.
A cidade de Óbidos já tem sua parte baixa tomada pelas águas (Foto 2). Em frente a esta cidade o Rio Amazonas tem uma largura média de 2,5 km, com profundidades que ultrapassam os 70 metros. A velocidade média da corrente pode superar os 3m/s, ou seja, mais de 10km/h.
Foto 2. Frente da cidade de Óbidos - PA. Próximo ao porto da cidade. Foto. F. SONDAG
Uma equipe de pesquisas do NMH/UEA (http://remethi.org), que trabalha em convênio com o IRD (ver http://ore-hybam.org) através do Programa JEAI, junto com alunos do Curso de Meteorologia, também da UEA, estará se deslocando para Óbidos, proximamente (dia 02 de maio) para medir a vazão do Rio Amazonas. Nossa expectativa é de podermos medir a maior vazão líquida já registrada no mundo. Para isso estaremos utilizando uma sonda Doppler instalada numa embarcação regional.
Cheia de 2009 na Amazônia atinge também a Colômbia
sábado, 18 de abril de 2009
Sobre o atual estágio da CHEIA NOS RIOS DA AMAZÔNIA EM 2009
O que podemos dizer, por hora, é que se trata de um evento forte (níveis muito altos) e de dimensões regionais. Ou seja, envolve vários tributários do Rio Amazonas, de grandes dimensões. Assim é que, o Rio Solimões, por exemplo, subiu anomalamente, no mês de janeiro, cerca de 5 metros em pouco mais de 20 dias. A variação média histórica neste mesmo período é de aproximadamente -0,3 metros. Ou seja, normalmente tenderia a descer ligeiramente no início do ano, após o que deveria subir em ritmo suave. Essa anomalia se deveu a uma forte concentração de chuvas na região leste da bacia Amazônica, especialmente na alta bacia do Rio Marañon (formador do Solimões) acima da cidade peruana de Nauta. Além disso, o Rio Napo também esteve com níveis acima da máxima histórica, especialmente nos meses de janeiro e início de março, tendo sofrido, também, o efeito das chuvas do início do ano. Os demais formadores fora do Brasil, o Rio Ucayali, por exemplo, tem se mostrado com níveis abaixo da média. O resultado pode ser visto na estação de Tamshiyacu (próxima a Iquitos).
Somente a subida do Rio Solimões não seria suficiente para resultar na cheia forte do ano de 2009 na Amazônia Brasileira. Como a cheia deste rio se antecipou em relação à condição de normalidade, a mesma gerou um reforço na subida do Rio Negro em Manaus, por exemplo (Foto 1). Ou seja, como o Rio Solimões é mais potente (vazão e velocidades maiores) que o Rio Negro, ele barra o fluxo deste último elevando o seu nível que naturalmente encontra-se em período de subida nesta época do ano. Efeito semelhante aconteceu em outros tributários.
Foto 1. Vista aérea do Rio Negro em Manaus no dia 15/04/2009 mostrando o nível extremamente alta das águas para esta época do ano. Ver detalhe da estrada de acesso à futura ponte na porção centro-direita da imagem.
Adicionalmente, as chuvas concentradas na porção oeste da bacia no mês de janeiro, parecem ter alimentado também os cursos: médio e baixo de outros tributários da calha do Rio Solimões, especialmente os da margem direita (Javari, Juruá e Purus). Adicionando-se a isso o final da cheia do Madeira (próximo) leva a imaginar um arrefecimento do evento, especialmente em Óbidos. No entanto, o Rio Negro ainda deve demorar cerca de 2 meses para chegar no ponto máximo de cheia, atingindo especialmente a cidade de Manaus e região, associando-se ao Rio Solimões, que ainda não parou de subir (Foto 2).
Uma coincidência relativamente rara na combinação de eventos de cheia antecipada e subida anômala do Rio Solimões, com os períodos normais de subida de alguns dos principais rios da bacia Amazônica (notadamente Negro e Madeira), tem configurado o atual evento de cheia de 2009. Fortes chuvas, principalmente no mês de janeiro concentradas na porção oeste da bacia, especialmente nas sub-bacias dos rios Marañon e Napo originando fortes fluxos no Rio Solimões, parecem ter motivado tal coincidência.
Os níveis dos rios da região, em geral, devem continuar subindo por pelo menos mais 2 meses e têm sido monitorados, tanto pelo grupo do NMH da UEA com o Instituto Max Planck, pela ANA, CPRM e Rede ORE/HYBAM no Brasil e no Peru. Por conta do grande tamanho da bacia os efeitos deverão ser bastante heterogêneos, mesmo na calha do rio principal. Ou seja, em diferentes localidades os níveis máximos poderão não ser os historicamente mais altos já registrados, enquanto em outras localidades serão muito provavelmente os níveis mais altos dos últimos 60 anos. A estação de Óbidos, no Pará, é a que tem mostrado a tendência mais forte para um evento recorde, seguida pela estação de Manaus. Os gráficos relativos aos níveis dos rios tanto destas estações quanto das demais localidades monitoradas podem ser visualizados no site: http://remethi.org/, no item serviços/níveis dos rios.