terça-feira, 5 de maio de 2009

A cheia em Óbidos 2009 - Parte I

Após nossa chegada fomos verificar a situação na cidade de Óbidos, cuja frente (parte baixa) está totalmente tomada pelas águas. Verificamos alguns pontos que visitamos com o colega Jacques Calléde ainda na década de noventa durante levantamentos que fizemos no intuito de recuperar e corrigir os dados da régua de Óbidos. Em todos eles o nível d'água era superior ao de 1953, conforme registro fotográfico que levantamos à época. Também o nível se mostra superior ao atingido em 2006. A situação na cidade é grave do ponto de vista dos diversos prejuízos trazidos pela cheia. No entanto, a população parece já ter se "acostumado" de alguma forma. As pessoas constroem caminhos de madeira para transitar pela área baixa, o porto continua funcinando, bem como algumas lojas da parte baixa. Na parte alta a vida segue "normalmente". A pesca não aparenta ter sofrido grande impacto. Ontem o nível da régua indicava 8,41 metros, às 7hs da manhã. No período da tarde (17hs) o nível se mantinha constante. Hoje pela manhã no horário de nossa partida o nível permanecia igual.



A vazão!



Medimos a vazão do Rio Amazonas em Óbidos, ontem, a partir das 9h30 até às 18h30. Fizemos 20 medições no total com um equipamento Doppler 600kHz (ADCP). Por precaução montamos uma plataforma de medida nivelada e firme para fixar o adaptador com o aparelho. Calibramos a bússola do equipamento, preparamos o GPS acoplamos ao PC, bem como também o ADCP. A calibração da bússola do ADCP, bem como a verificação da declividade magnética, foi refeita durante o dia em mais 2 períodos. A orientação e o deslocamento da embarcação teve seu monitoramento realizado com outro GPS acoplado a um PC obtendo dados de navegação independente do ADCP de forma a que um sistema pudesse controlar o outro. Assim, como resultado obtivemos um valor médio de 238.655 m³/s, com uma variação para mais ou para menos de até 3%. Esse foi o resultado da vazão medida para a maior cheia já registrada em Óbidos. Certamente esperávamos mais diante do que dizem os autores que já escreveram a respeito deste fenômeno no Rio Amazonas. No entanto, eis o que a natureza nos reservou....Os dados ainda estão sendo revisados, mas é pouco provável que o valor seja alterado significativamente.



Mandaremos fotos quando a conexão internet permitir....

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